*Custódio
Sumbane
Esta pesquisa foi realizada com vista
a dar resposta aos altos índices de reprovações que se tem vindo a observar nas
escolas, principalmente, nas classes terminais. Se os resultados desta pesquisa
forem aproveitados, da melhor maneira, podem responder as preocupações do
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano no que concerne à situações
desastrosas que assolam as Escolas nos tempos que correm. Constatamos que
existem vários factores que influênciam a prevalência de altos índices de
reprovações nas classes terminais, mas a ansiedade é um dos factores
determinantes nesse processo. Ansiedade é vista como uma emoção caracterizada
por sentimentos de antecipação de perigo, tensão, e sofrimento e por tendências
de esquiva ou fuga. E face a Matemática é uma condição caracterizada por
padrões de fuga e esquiva em situações que exigem o uso da matemática, bem como
reacções fisiológicas desagradáveis, atribuições negativas à matemática e
auto-atribuições negativas.
Nesse estudo, foram levantados os
seguintes objectivos de pesquisa: Objectivo geral: (i) Compreender a influência que a Ansiedade exerce no Rendimento
Académico dos alunos na disciplina de Matemática. E para a operacionalização
deste objectivo, definiu-se os seguintes objectivos específicos: (i)
Descrever as condições prévias da ansiedade; (ii) Descrever o rendimento académico dos alunos; (iii) Relacionar o nível de ansiedade e
o rendimento académico.
Quanto
a metodologia usada neste estudo, foi uma pesquisa quantitativa que visa,
essencialmente, traduzir em números as opiniões e
informações para serem classificadas e analisadas, e utilizam-se técnicas
estatísticas. E a pesquisa qualitativa, descreve as informações obtidas que não
podem ser quantificáveis.
Em relação a apresentação, análise e interpretação de dados, recorreu-se a um
programa estatístico, SPSS.
Contudo,
este estudo é de extrema importância, pois vai, de certa forma, melhorar a
situação actual da Educação e das reprovaçõees na displina de Matemática, visto
que, tem se observado um surto de reprovações em massa nas escolas, principalmente,
nas classes terminais como a 10ª classe.
Palavras-chave:
Ansiedade, Aprendizagem, Rendimento Académico, Matemática
·
A
Ansiedade nas Sociedades Académicas Actuais
Ansiedade
é uma emoção caracterizada por sentimentos de antecipação de perigo, tensão e
sofrimento e por tendências de esquiva ou fuga. O medo poderia ser definido da
mesma forma. Para distinguir os dois, precisamos observar outras
potencialidades tais como o objecto de estudo. Enquanto na ansiedade as pessoas
podem sentir-se ansiosas sem saber por quê, no medo o objecto é de fácil
identificação, Davidoff, (2001: 390).
Segundo
Davidoff, (2001:401), a ansiedade sinterfere no rendimento do aluno,
principalmente na fase da realização das provas dificultando a capacidade de
recuperação da informação aprendida. Isso ocorre porque a sua atenção está
virada entre as exigências da tarefa e sentimentos de cobrança, diminuindo o
nível de concentração e o desempenho em situações de avaliação. As reacções
automáticas ou fisiológicas evocadas pela pressão ambiental ou estresse da
avaliação e à percepção destas reacções que tomam conta dos alunos. Estas
reacções para Cury, (2000:22), envolvem também sintomas psicossomáticos como
taquicardia, suor excessivo, aumento da frequência respiratória.
· Relação da Ansiedade e Aprendizagem
A
ansiedade tem efeitos de longo prazo sobre o processo de ensino e aprendizagem
e no equilíbrio físico, psicológico e social. E das várias consequências, a
cognitiva é uma delas (Davidoff, 2001: 401). Geralmente, um estudante com
ansiedade face a Matemática tem dificuldades em se concentrar e resolver
exercícios Matemáticos em casa e pode se mostrar agressivo ao ser colocado alguma
questão relacionada com a Matemática. E nestas condições, o aluno ou estudante
pode apresentar taquicardia ao realizar exames Matemáticos (Carmo, 2011),
citado por (Carmo e Simiato, 2012:318).
Estudos
têm demonstrado que a ansiedade face aos testes tem efeitos extremamente fortes
e os alunos com altos níveis de ansiedade perante os testes têm apresentado
resultados demasiadamente baixos (Magalhães, 1999: 101). As reacções
fisiológicas que se apresentam nessas ocasiões impedem o bom desempenho e a
resolução de tarefas matemáticas, prejudicando nas tarefas que envolvem a
ansiedade e as que poderão ser realizadas subsequentemente como testes, exames
ou outras situações diárias.
· Relação da Ansiedade e o Rendimento Académico
Na
perspectiva de Davidoff, (2001: 401), a
ansiedade sinterfere no rendimento académico dos alunos, principalmente na fase
da realização das provas dificultando a capacidade da recuperação da informação
aprendida. Isso ocorre porque a sua atenção está virada entre as exigências da
tarefa e sentimentos de cobrança, diminuindo o nível de concentração e o
desempenho em situações de avaliação. As reacções automáticas ou fisiológicas
evocadas pela pressão ambiental ou estresse da avaliação e à percepção destas reacções
tomam conta dos alunos.
Neste
sentido, a ansiedade face aos testes constitui uma enorme preocupação para toda a comunidade educativa, porque os
estudantes, quando são submetidos a uma avaliação,
tendem a reagir com altos níveis da ansiedade, comprometendo o seu desempenho académico (Bzuneck &
Silva, 1989), citado por (Janeiro, 2013: 84).
Por
sua vez, Lourenço (2012:161), defende a possibilidade de que, ambientes de
avaliação de exames constituem, na maioria dos casos, um problema na vida dos
estudantes na medida em que afecta o seu desempenho e tem consequências na sua
vida pessoal e social. Os indivíduos que apresentam uma ansiedade elevada nos
exames tendem a perceber as situações de avaliação como perigosas e consequentemente,
enfrentam estas com medo e apreensão.
· A Ansiedade e a Linguagem Matemática
Na
perspectiva de Carmo, (2008), et al., citado por Carmo e Simiato, (2012:4),
existe vários factores que influenciam no desencadeamento da ansiedade em
relação à matemática, mas a forma como esta disciplina é leccionada influencia,
consideravelmente, no surgimento da ansiedade. Os professores explicam a
matéria superficialmente e não estimulam os alunos ao espírito de debate sobre
a disciplina de Matemática muito menos mostram a sua relevância na prática
diária. Eles reforçam respostas dadas com exactidão, sem considerar o
raciocínio desenvolvido pelo aluno, cobram demais aos alunos ou exigem a
rapidez na resolução dos exercícios e na memorização de regras para esse fim.
Factores que Influenciam o Surgimento
da Ansiedade face a Matemática
Existem
vários factores que influenciam, a estória da matemática, o ambiente da aula de
aula, a atitude do professor, a motivação,
exigências exacerbadas, exigência de respostas exactas, experiências e
aprendizagens anteriores, medo entre outros, mas a ansiedade é um componente determinante
nesse processo.
Constatações do Estudo
·
Os alunos assumem que o nervosismo, a
tensão, o medo, a preocupação aumentam, de certa forma, a prevalência de altos
índices de ansiedade no teste de Matemática. E grande parte de alunos assume
que desconfiam de si próprios, das suas próprias capacidades e habilidades. Costumam pensar se as respostas que deram no
teste foram as melhores e estes pensamentos perseguem-lhes durante algum tempo.
·
A ansiedade toma conta dos alunos antes
e durante o processo da realização do teste de Matemática, o que dificulta o
processo da recuperação de informação na memória. Esse posicionamento corrobora
com o modelo de processamento de informação quando defende a possibilidade de que
para se lembrarem de qualquer coisa, as pessoas precisam codificar, armazenar e
recuperar a informação (Davidoff, 2001: 401). E a ansiedade altera a
codificação e a recuperação de informação na memória.
·
Grande parte dos alunos, às vezes, fica
perseguida com pensamentos negativos, e preocupados com a sua situação
académica. Em detrimento disso, outra parte alega que sempre fica preocupada
com o que pode acontecer com o seu rendimento académico e desconfiam das suas potencialidades.
E segundo Janeiro (2013: 85), pode-se afirmar que, quanto mais negativa for a
percepção que os alunos têm acerca de si próprios, mais elevados serão os
níveis de ansiedade.
·
Existe
uma relação dialéctica entre a ansiedade e a Matemática, visto que o rendimento
académico dos alunos foi baixo, o que ilustrou, claramente, a prevalência de
níveis de ansiedade. E frequentemente apresentam-se ansiosos antes e/ou durante
a realização do teste de Matemática.
·
A
desconfiança
que os alunos têm de si próprios, das suas próprias capacidades e habilidades,
o ambiente e os pensamentos negativos
que lhes perseguem podem influenciar no desencadeamento de níveis altos de
ansiedade e consequentemente o baixo rendimento académico. Um ambiente tenso acompanhado de
estímulos negativos e pressão por parte do professor, pode também influenciar.
·
Estes resultados corroboram com a
evidência empírica de Magalhães (1999: 101),
quando defende que a ansiedade face aos testes
têm efeitos extremamente fortes e os alunos com altos níveis de ansiedade tem
apresentado resultados demasiadamente baixos. As reacções fisiológicas que se
apresentam nessas ocasiões impedem o bom desempenho dos alunos e na resolução
de tarefas matemáticas, prejudicando nas tarefas que envolvem a ansiedade e as
que poderão ser realizadas subsequentemente como testes, exame ou outras
situações diárias.
· Sugestões
·
Quanto às estratégias de reversão de
ansiedade, os professores deviam fazer perceber aos seus educandos que a
disciplina de matemática é como qualquer outra e pode ser assimilada, da melhor
forma possível, independentemente do índice de dificuldade e, ela tem uma
extrema relevância no seu quotidiano. É preciso que se inverta a história da
Matemática, visto que as pessoas têm a ideia de que a Matemática é difícil, ou
seja, apresenta altos índices de dificuldades, tendo única fórmula e solução,
dai que os alunos entram na sala de aula com ideias fixas, negativas, e
imutáveis em relação a Matemática.
·
É necessário promover debates e
interacção efectiva e afectiva na sala de aula por forma a facilitar a
percepção de que existe vários caminhos para a materialização das operações
matemáticas. É preciso remover todos os estímulos negativos e criar um ambiente
favorável e estimulante para a ocorrência eficaz e efectiva do processo da
assimilação e acomodação dos conteúdos matemáticos. Os professores deviam
utilizar uma linguagem Matemática que equivale ao nível de desenvolvimento dos
alunos, pois pode facilitar o processo de acomodação dos conteúdos leccionados.
·
E a evidência empírica aponta que, os
professores não deviam na sala de aula: Pressionar os alunos para responder
rápida e correctamente as questões propostas sobre a matéria; estimular
competição entre colegas; aplicar muitos testes e humilhar os alunos que
apresentarem algum tipo de dúvida sobre Matemática ou demorarem a entender o
raciocínio exigido em determinado exercício Tobias (1978), citado por Carmo e Simionato, (2012:321-322). Ensinar
não é simplesmente ditar os apontamentos mas saber formar alunos e exigir de si
mesmo a presença efectiva e afectiva, pois se aprende também ouvindo, observando,
admirando, imitando, confiando, criticando, apaixonando-se, conflituando,
recriando e refazendo relações. Esse modelo é fundamental para os alunos
ansiosos (Oliveira, 2008: 33).
·
Quanto aos alunos, deviam ir a sala de
aula bem preparados e confiantes em si próprios e acima de tudo devem
auto-regular a sua aprendizagem. Durante a realização do teste deviam elevar a
sua auto-estima, auto-confiança e determinação, e manter, acima de tudo, um
relaxamento corporal sempre que resolverem exercícios matemáticos.
·
Conclusão
A ansiedade altera a codificação e
a recuperação de informação na memória. Entretanto, perante esta situação, chegamos a
conclusão de que a preocupação, o medo, o nervosismo, a
tensão e os sintomas psicossomáticos aumentam a prevalência de níveis de
ansiedade antes e durante o processo da
realização do teste de matemática e dificulta a recuperação de informação na
memória. Existem vários factores que influenciam, a estória da matemática, o
ambiente da aula de aula, a atitude do professor, a motivação, exigências exacerbadas, exigência de respostas
exactas, experiências e aprendizagens anteriores, medo entre outros, mas a ansiedade é um componente determinante
nesse processo. Sendo assim, é responsabilidade
de todos os intervenientes sociais contribuirem para a mudança desta situação. E
o psicólogo desempenha um papel demasiadamente fundamental na melhoria da
situação actual da educação dado que apresenta um olhar clínico apurado para
melhor lidar com qualquer situação académica e social evidar esforco para virar
a história educacional. Ele procura optimizar e facilitar o processo de ensino
e aprendizagem trabalhando os aspectos mentais, afecto-emocionais e sociais do
aluno que influenciam na sua vida social e académica.
*Psicólogo
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