Custódio Sumbane (*)
Data: 31. 10. 2014
Maputo
Resumo
Este artigo
visa o estudo do Aconselhamento Psicológico e a Actuação do Terapeuta perante
uma situação de aconselhamento. Assim sendo, pode se dizer, em primeiro lugar, que
o aconselhamento psicológico é uma área de saber e de intervenção que visa
adoptar o indivíduo de autoconhecimento e de suas fraquezas. Só tendo
autoconhecimento e domínio das suas fraquezas que é possível ter um olhar
diferente com relação ao mundo e accionar mecanismos de resolução de problemas
que a envolve. No dia-a-dia, o homem tem-se deparado com tipologias
comportamentais que corrompem, de certa forma, “o território da sua emoção” podendo assim bloquear o curso normal
das suas actividades. Entretanto, o aconselhamento psicológico é importante
porque ajuda na resolução de problemas, no processo de tomada de decisões, no
confronto com crises pessoais, na melhoria das relações interpessoais, na
promoção do autoconhecimento e da autonomia pessoal, no caráter psicológico da
intervenção centrada em sentimentos, pensamentos, percepções e conflitos e a
facilitação da transformação comportamental, (Meireles 2008). Esse entendimento se baseia,
efectivamente, nas etapas do processo de mudança de comportamento, pois a ideia mãe ou chave é a garantia da mudança
de comportamento através de manter o novo comportamento a longo prazo,criar
grupos de suporte, explicar os membros da família para saber como lidar com a
situação, enfim.
Palavras-chave:
Aconselhamento psicológico,
empatia, escuta activa.
summary
This article aims to study the Counseling Psychology and Performance Therapist before a counseling situation. Thus, we can say, first, that psychological counseling is an area of knowledge and intervention that aims to introduce the individual self and its weaknesses. Only with self-knowledge and mastery of your weaknesses you can have a different look toward the world and trigger mechanisms for solving problems that involves. Day-to-day, man has been confronted with behavioral typologies that corrupt somehow, "the territory of his emotion" and thus can block the normal course of their activities. However, psychological counseling is important because it helps in solving problems, in the decision-making process, in comparison with personal crises, improve interpersonal relationships, promote self-knowledge and personal autonomy, the psychological character of the intervention focused on feelings thoughts, perceptions and conflicts and facilitation of behavioral change, (Meireles 2008). This understanding is based, indeed, on the stages of behavior change process, as the mother or key idea is to guarantee behavior change by maintaining the new behavior long term, creating support groups, explain to family members know how to handle the situation, anyway.
Keywords: Psychological counseling, empathy, active listening.
Introdução
Neste artigo pretende abordar assuntos relativos a Actuação
do Terapeuta no Processo de Aconselhamento Psicológico. O atendimento e
aconselhamento psicológico é de extrema importância nas nossas vidas, pois
ajuda-nos na resolução de problemas, no processo de tomada de
decisões, no confronto com crises pessoais, na melhoria das relações
interpessoais, na promoção do auto-conhecimento e da autonomia pessoal, no
caráter psicológico da intervenção centrada na esfera integral da personalidade
e conflitos e a facilitação da transformação comportamental. É dentro do aconselhamento
psicológico que podemos desvendar a nossa esfera emocional, psicológica,
social, fisiológica até educativa. Portanto, para uma melhor compreensão dos
aspectos patentes no corpo deste artigo passar-se-á a citar alguns tópicos, à saber: Orientação, Aconselhamento e Psicoterapia; Necessidade do
Aconselhamento Psicológico; Importância do Aconselhamento Psicológico; Processos de
Aconselhamento e Modalidades de Intervenção; Princípios Básicos do Aconselhamento; Entrevista
Psicológica ou Inicial; Passos de Aconselhamento Psicológicos; Análise Crítica
dos Conteúdos Leccionados; Discussão e Conclusão.
Orientação,
Aconselhamento e Psicoterapia
Um dos
aspectos chaves do Aconselhamento Psicológico é a facilitação do conhecimento.
Isto quer nos fazer entender que o terapeuta abre as balizas no sentido de
mostrar todos os caminhos possíveis para a resolução do problema e diz na sua
opinião que de todas as formas mencionadas, a mais rápida é a forma X ou Y. Entretanto,
cabe ao cliente escolher o caminho certo, ou seja, o caminho que a levará ao
destino de forma satisfatória. O aconselhamento tem sido levado a cabo para doptar
o indivíduo de autoconhecimento e de suas fraquezas. Só tendo autoconhecimento
e domínio das suas fraquezas que é possível ter um olhar diferente com relação
ao mundo e accionar mecanismos de resolução de problemas que a envolve. E já
dizia Nunes (1999), citado por Zanardi, (2010:12), que a autodescoberta da pessoa com os seus
próprios recursos e potencialidades, irá permitir que ele adquira uma maior
confiança em si próprio, e logicamente um aumento da autonomia, com maior
empenho e responsabilidade pelas suas decisões.
Entretanto, toda intervenção psicológica deve
respeitar certos factores tais como sentimentos, pensamentos, percepção e
emoção. Desta feita, é de extrema importância ter em consideração os factores básicos,
pois a nossa intervenção pode garantir a manutenção, equilíbrio ou agravação da
situação dependendo da forma como o terapeuta domina as esferas anteriormente referenciadas.
Há um aspecto bastante importante que deve-se ter em
consideração. Está-se a falar de aconselhamento e dar conselhos. Há, de facto,
uma diferença extrema, pois aconselhar na perspectiva de Trindade, (2008: 3) não
é dar conselhos. Aconselhar não é fazer exortações nem encorajar ou prescrever
condutas que devem ser seguidas, mas sim ajudar ao sujeito a compreender-se a
si próprio e à situação em que se encontra e ajudá-lo a melhorar a sua
capacidade de tomar decisões.
Necessidade
do Aconselhamento Psicológico
O Aconselhamento Psicológico é necessário porque
estabelece uma relação intrínseca entre o comportamento, a saúde e a doença. Para
uma melhor compreensão desta ligação trar-se-á um exemplo tal como: Um indivíduo
que não se sente doente (doença), nunca
melhora (saúde), e automaticamente
continuará na mesma posição inicial de não seguir a recomendação médica (comportamento). Para além da ligação dos
aspectos anteriormnetente citados é necessário saber que o comportamento é um
fenómeno bastante complexo, não podendo recorrer somente um e único método como
o biomédico (caso dos Psiquiatras), pois este pode não resolver mas apenas
atenuar o problema por alguns instantes. Por fim, vale enfatizar que o
aconselhamento psicológico é necessário para responder as necessidades
psicológicas dos utentes. Neste caso, procura-se explicar as causas da doença e
dar entender para a não manifestação contínua ou repetição do mesmo.
Importância
do Aconselhamento Psicológico
O aconselhamento
é importante porque ajuda na resolução de problemas, no
processo de tomada de decisões, no confronto com crises pessoais, na melhoria
das relações interpessoais, na promoção do autoconhecimento e da autonomia
pessoal, no caráter psicológico da intervenção centrada em sentimentos, pensamentos,
percepções e conflitos e a facilitação da transformação comportamental, (Meireles 2008). Esse
entendimento se baseia, efectivamente, nas etapas do processo de mudança de
comportamento, pois a ideia mãe ou chave
é a garantia da mudança de comportamento através de manter o novo comportamento
a longo prazo, criar grupos de suporte, explicar os membros da família para
saber como lidar com a situação, enfim.
Processos de Aconselhamento e Modalidades de Intervenção
Um dos passos bastante importante no processo de
aconselhamento psicológico é o estabelecimento de uma aliança terapêutica com o
cliente ou utente. O terapêuta, neste caso, deve estabelecer um vínculo
bastante forte, pois parte-se de um pressuposto básico de que ninguém se abre
enquanto não se sente segura. Desta feita, é necessário que o terapeuta crie um
ambiente ou um clima favorável onde o utente se sentirá a vontade. Deve
mostrar, de certa forma, ao cliente que para além de ser especialista é um
amigo onde pode se compartilhar as preocupações com ele. O terapeuta deve,
sobretudo desenvolver um clima de confiança.
E para que o psicólogo tenha sucesso no exercício das
suas funções de trabalho ele, deve estar vestido de certas qualidades como é o
caso da empatia, a escuta clinica ou activa e a reflexão. Esses aspectos são de
extrema importância, pois é executá-los que poder-se-á desvendar ou entender o
valor ou o peso que o problema tem. Por exemplo, na escuta activa pode se
controlar a voz (a tonalidade da voz), a
expressão facial e os movimentos físicos (os
tiques ou a mimica). A empatia ajuda
o terapeuta a colocar-se no lugar do utente, ou seja, a olhar o problema como
se fosse dele. Mas muita atenção com esta terminologia, pois é demasiadamente
diferente com a simpatia. Depois de executar ou por em prática a escuta clinica
ou activa e a empatia, é necessário reflectir sobre o número de sessões
necessárias e o tipo de terapia a envolver nesse processo.
Portanto, depois de tudo nunca é mau procurar saber do
cliente sobre o nível de gravidade em que o problema actua na sua vida. Das
causas do problema actual e ainda a expectativa que o utente tem sobre o
tratamento. Pode se procurar também desvendar as tentativas feitas
anteriormente antes da consulta.
Princípios
Básicos do Aconselhamento
O Aconselhamento passa por três fases bastante essenciais
à saber: A exploração do problema, nova
compreensão do problema e acção. Esses aspectos são cruciais para a
ocorrência de um aconselhamento psicológico. Na exploração do problema, por
exemplo, o terapeuta deve caracterizar e identificar o problema ou a
preocupação específica do ponto de vista do utente. Deve se explorar o problema
abarcando, desta forma, todas as esferas ou camadas a sua volta. Isto significa
que o terapeuta deve se informar na sua íntegra sobre o utente, a sua família,
a sociedade, a escola, religião, a educação familiar, o tipo de amigos que tem,
as doenças crónicas que já teve, o apoio que procurou e a situação actual.
No caso da nova compreensão
do problema, o terapeuta ajuda o utente a encarrar o problema de um outro
ponto de vista. Tenta-se nesta fase fazer entender ao cliente o que realmente está
acontecer, ou seja, tirar o cliente de um ponto para o outro. E por fim, na acção o terapeuta unge o cliente de
todas as bases de sustentação para a resolução do seu problema. E procura
mostrar que na vida há dois lados (o lado
bom e o lado mau), devendo desta forma saber viver dentro destas
circunstâncias.
Entrevista
Psicológica ou Inicial
A primeira entrevista é bastante marcante tanto para o
terapeuta como para o cliente. É nesta fase onde os psicólogos principiantes se
sentem confusos e desorientados diante de dificuldades. Os clientes por sua
vez, se mostram acanhados e com medo de se abrir. Entretanto, a entrevista
inicial necessita de domínio de algumas habilidades como o estabelecimento de
um clima de confiança a fim de que o utente se comunique a vontade. E o segundo
passo que o terapeuta deve ter em conta é colecção de informações precisas
sobre o problema em causa de modo que possa fornecer ao utente ferramentas
certas de acordo com o problema certo. Nesta primeira fase de contacto com o
cliente nunca deve querer explorar tudo de uma vez. Deve fazer as coisas de
forma sequenciada ou em sessões. Nunca responder a todas as perguntas do utente
porque toda a pergunta 50 % da resposta está lá. Logo, antes de mais procure
saber do utente acerca do seu ponto de vista com relação à pergunta porque pode,
se calhar, ter uma resposta melhor que a do terapeuta.
Contudo, na mesma linha do pensamento Mwamwenda, (2004:
338), advoga que quando o orientador se encontra com o cliente pela primeira
vez, é importante que se faça o cliente sentir se relaxado e à vontade com o
orientador. O orientador não necessita de dominar a conversa, mas deve dar espaço
ao cliente para que possa expressar os seus pontos de vista que lhe permitirão
expressar-se a si mesmo. É da responsabilidade do orientador relacionar aquilo
que o cliente está a pensar ou a sentir, e a forma como se está a comportar.
No decurso ou no desenvolvimento da entrevista inicial é
necessário usar terminologias inteligíveis tais como em que posso ajudar. Sendo assim, o cliente vai debruçar dos seus
problemas. E quando se trata de assuntos demasiadamente chocantes, os utentes
tem usado um mecanismo de defesa,
projecção, onde saem do epicentro e começam a falar de outros problemas não
relacionados. Desta forma, é preciso que o terapeuta use a sua inteligência multifocal,
na tentativa de compreender as manobras que os utentes usam para se defender. E
no caso de haver necessidade de trocar de conversa ou quando vê que o assunto
já foi explorado o suficiente pode se expressar da seguinte maneira, “além de conhecer detalhes sobre a área
problemática gostaria de saber alguma coisa sobre a sua situação actual”.
Esta forma nos ajuda a mudar do assunto sem causar transtornos ou ferir
sensibilidades. Portanto, vale enfatizar que os três momentos de aconselhamento
(escuta activa, empatia e a reflexão)
são também validas neste processo.
Passos
de Aconselhamento Psicológicos
1º-Anamnese.
É aqui onde deve-se procurar saber da identificação do utente, ou seja, do nome,
idade, morada, profissão, habilitação literária, religião, estado civil,
vícios. E o problema deve ser estruturado sob forma de Árvore Genealógica.
2º-Exploração dos
antecedentes patológicos.
Procurara saber sobre o estado de saúde anterior da sua
família mais precisamente das doenças crónicas como diabetes, hipertensão, tuberculoses,
enfim.
3º-Antecedentes
patológicos pessoais;
4º-História da doença
actual e “O que posso ajudar”;
e 5º Nova compreensão do problema.
Para Trindade (2008: 7), o aconselhamento pode ser
levada em conta tendo como base diversas perspectivas teóricas do aconselhamento
psicológico como as psicodinâmicas, humanistas, cognitivo-comportamentais,
fenomenológico-existenciais, feministas, construtivistas e sistémicas.
Análise
Crítica dos Conteúdos Leccionados
A maior critica que se faz com relação ao conteúdo
aprendido é o facto de ela ter sido elaborado tendo em conta uma determinada
área do saber, especificamente a área da saúde ou clinica. Neste caso, as
abordagens usadas eram clinicas e não educacionais, o que pode nos trazer um
impacto no processo de aplicação do mesmo na área educacional.
Discussão
e Conclusão
Depois de várias abordagens feitas no decurso deste
artigo chega-se a conclusão de que o terapeuta deve estar doptado de uma base
científica sólida para garantir uma firmeza no processo de atendimento e
aconselhamento psicológico. Contudo, no dia-a-dia tem-se vivenciado dilemas que
atormentam o nosso estado emocional, social, fisiológico até educativo podendo,
de alguma forma, colocar em causa o curso normal das nossas actividades. Éis a
razão de se ter em conta a questão do atendimento e aconselhamento psicológico como
parte integrante da nossa humana.
Referencias
Bibliográficas
- MWAMWENDA, T. S. Psicologia
Educacional, Uma Perspectiva Africana. Maputo: Texto Editores, 2004.
- TRINDADE, Isabel, TEIXEIRA, José A. Carvalho, Aconselhamento psicológico em contextos
de saúde e doença-Intervenção privilegiada em psicologia da saúde. Lisboa1,
2000.
- ZANARDI, Hálisson, Aplicação do aconselhamento psicológico da abordagem centrada na
pessoa na prática do aconselhamento pastoral cristão. Criciúma, 2010.
- MEIRELES, Jacqueline,
Aconselhamento Psicológico, 2008>Disponível em http://www.psicologiaemanalise.com.br/2008/12/aconselhamentopsicologico.html>Acesso
em: 31.10.2014 às 22:42.
Estudante de Psicologia