quarta-feira, 23 de julho de 2014

Como Lidar com Comportamentos Sociais


*Custódio Sumbane

Na perspectiva de Sumbane (2014) citado por Jornal Notícias publicado em 10 de Maio de (2014:13), quando se fala de comportamentos sociais está-se a falar concretamente de frustração, agressão, apatia, depressão, conflitos, ansiedade entre outros. Sendo assim, pode se dizer que, o homem é sem dúvidas susceptível dessas tipologias comportamentais, isto é, independentemente da raça, do grupo étnico, do estilo de aprendizagem, dos valores, das crenças, dos hábitos, do quociente de inteligência até da religião, carregamos connosco, essas descargas comportamentais. Todavia, em Psicologia diz-se que todo o comportamento tem uma causa Com isso quer se dizer que todos os aspectos ou comportamentos observados no país e no mundo-fora tem as suas causas, Sumbane (2014:13). Contudo, olhando para a questão em causa, como lidar na verdade com estas situações, visto que bloqueiam o curso normal das nossas actividades e desejos, desencadeando em algum momento tragédias nos solos da emoção e no anfiteatro da nossa memória?
Há vários psicólogos, psiquiatras, médicos, pedagogos, executivos, engenheiros, geólogos, sociólogos, filósofos, escritores, cientistas, historiadores entre outros, com alto nível académico e alguns com grau de moralidade bastante elevado, ou seja, que sabem distinguir o bem do mal e o certo do errado, mas que não sabem educar os solos da sua emoção, isto é, ficam aprisionados nos becos da sua memória e sem conseguir abrir as janelas da mesma para resgatar a sua identidade. Isso acontece quando estão perante situações de frustração, depressão, ansiedade, conflitos, apatia entre outros.
Não é uma tarefa fácil educar os solos da emoção, mas é possível dependendo da maturidade emocional de cada indivíduo e a sua capacidade de controlo. Cury, (2004:68), dá-nos exemplo de um dos maiores sonhadores de todos os tempos, “Abraham Lincoln”. Segundo este autor, “Abraham Lincoln” teve todos os motivos para abandonar seus sonhos, mas, apesar de todas as lágrimas e das incontáveis frustrações, jamais desistiu deles”. Conseguiu insistir e persistir depois de muitas contestações e inúmeras perdas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de América. Porém, ele apenas zombou do próprio medo, transformou a insegurança em ousadia, a humilhação em lágrimas que lapidaram sua personalidade, as lágrimas em gemas preciosas no território da emoção, (Cury, 2004:68). Conseguiu transformar os obstáculos em vitórias. Portanto, vale apena se inspirar em grandes modelos no mundo de perdas e frustrações para sairmos da prisão da emoção. Isto quer dizer que ao sentir-se frustrado, o indivíduo poderá também reagir construtivamente, através de um esforço intensificado para vencer o obstáculo e alcançar o objectivo, ou poderá também tentar novos caminhos que poderão levá-lo à meta. O indivíduo pode canalizar a tensão gerada pela frustração para trabalhar mais intensamente no sentido de transpor o obstáculo. É o caso de um indivíduo que não se saiu bem numa prova e que se prepara melhor para uma segunda oportunidade que surge, (Alencar, 1986:181).
Após a frustração, o indivíduo poderá também reestruturar a situação, analisar se a sua acção em direcção ao objectivo foi ou não adequada e isto poderá levá-lo a descobrir um novo caminho ou uma outra maneira para superar o obstáculo”, Alencar (1986:181). Portanto, insista, persista e nunca desista do seu sonho ou dos objectivos a alcançar. Deveria partir do pressuposto básico de que o destino não existe, mas sim, alguém traça o seu destino, ou seja, se almeja alcançar uma determinada meta nunca desista sem de ter conseguido alcançá-la.
Inspiremo-nos em vida e obra de “Abraham Lincoln, Marthin Luther King Jr., Nelson Mandela, Samora Moisés Machel,” entre outras figuras inspiradoras que preferiram morrer por uma justa causa e apesar de todas as barreiras e situações frustradoras por eles vivenciadas nunca desistiram. Portanto, vale a pena lembrar do ditado que diz “desistir é sem dúvidas atitude dos fracos”. Será que é fraco? Penso que não! Então, erga desde já a cabeça e mude o destino da vida educando os solos da sua emoção. Lembre-se que quanto mais intenso ou duradouro for a frustração mais danos se espera na personalidade do indivíduo. Isto quer dizer que há necessidade de facto, de haver uma intervenção rápida por parte dos indivíduos à sua volta, quer intervenção dos pais, quer dos amigos, dos vizinhos até mesmo dos Psicólogos. Mas para que isto aconteça é preciso que o indivíduo se abra perante os outros, ou seja, exponha a sua preocupação de modo que os outros possam dar a sua contribuição. Caso não, o mesmo pode sofrer consequências quer a nível emocional, quer a nível cognitivo, quer a nível pessoal quer a nível social. Portanto, se a maturidade emocional do indivíduo não dispõe de um desenvolvimento suficientemente adequado para enfrentar situações do género, é imperioso que o mesmo recorra ao pessoal especificado para acompanhamento: pais, amigos, vizinhos e em especial aos especialistas na área, psicólogos.    
                             
*Licenciando em Psicologia Educacional
custodiosumbane@gmail.com

Maputo, 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário