Como
Lidar com Comportamentos Sociais
*Custódio Sumbane
Na
perspectiva de Sumbane (2014) citado por Jornal Notícias publicado em 10 de
Maio de (2014:13), quando se fala de comportamentos sociais está-se a falar
concretamente de frustração, agressão, apatia, depressão, conflitos, ansiedade
entre outros. Sendo assim, pode se dizer que, o homem é sem dúvidas susceptível
dessas tipologias comportamentais, isto é, independentemente da raça, do grupo
étnico, do estilo de aprendizagem, dos valores, das crenças, dos hábitos, do quociente
de inteligência até da religião, carregamos connosco, essas descargas
comportamentais. Todavia, em Psicologia diz-se que todo o comportamento tem uma
causa Com isso quer se dizer que todos os aspectos ou comportamentos observados
no país e no mundo-fora tem as suas causas, Sumbane
(2014:13). Contudo, olhando para a questão em causa, como lidar na verdade
com estas situações, visto que bloqueiam o curso normal das nossas actividades
e desejos, desencadeando em algum momento tragédias nos solos da emoção e no
anfiteatro da nossa memória?
Há
vários psicólogos, psiquiatras, médicos, pedagogos, executivos, engenheiros,
geólogos, sociólogos, filósofos, escritores, cientistas, historiadores entre
outros, com alto nível académico e alguns com grau de moralidade bastante
elevado, ou seja, que sabem distinguir o bem do mal e o certo do errado, mas
que não sabem educar os solos da sua emoção, isto é, ficam aprisionados nos
becos da sua memória e sem conseguir abrir as janelas da mesma para resgatar a
sua identidade. Isso acontece quando estão perante situações de frustração,
depressão, ansiedade, conflitos, apatia entre outros.
Não
é uma tarefa fácil educar os solos da emoção, mas é possível dependendo da
maturidade emocional de cada indivíduo e a sua capacidade de controlo. Cury,
(2004:68), dá-nos exemplo de um dos maiores sonhadores de todos os tempos, “Abraham Lincoln”. Segundo este autor, “Abraham Lincoln” teve todos os motivos
para abandonar seus sonhos, mas, apesar de todas as lágrimas e das incontáveis
frustrações, jamais desistiu deles”. Conseguiu insistir e persistir depois de
muitas contestações e inúmeras perdas nas eleições presidenciais dos Estados
Unidos de América. Porém, ele apenas zombou do próprio medo, transformou a
insegurança em ousadia, a humilhação em lágrimas que lapidaram sua
personalidade, as lágrimas em gemas preciosas no território da emoção, (Cury, 2004:68).
Conseguiu transformar os obstáculos em vitórias. Portanto, vale apena se
inspirar em grandes modelos no mundo de perdas e frustrações para sairmos da
prisão da emoção. Isto quer dizer que ao sentir-se frustrado, o indivíduo
poderá também reagir construtivamente, através de um esforço intensificado para
vencer o obstáculo e alcançar o objectivo, ou poderá também tentar novos
caminhos que poderão levá-lo à meta. O indivíduo pode canalizar a tensão gerada
pela frustração para trabalhar mais intensamente no sentido de transpor o
obstáculo. É o caso de um indivíduo que não se saiu bem numa prova e que se
prepara melhor para uma segunda oportunidade que surge, (Alencar, 1986:181).
Após
a frustração, o indivíduo poderá também reestruturar a situação, analisar se a
sua acção em direcção ao objectivo foi ou não adequada e isto poderá levá-lo a
descobrir um novo caminho ou uma outra maneira para superar o obstáculo”,
Alencar (1986:181). Portanto, insista, persista e nunca desista do seu sonho ou
dos objectivos a alcançar. Deveria partir do pressuposto básico de que o
destino não existe, mas sim, alguém traça o seu destino, ou seja, se almeja
alcançar uma determinada meta nunca desista sem de ter conseguido alcançá-la.
Inspiremo-nos
em vida e obra de “Abraham Lincoln,
Marthin Luther King Jr., Nelson Mandela, Samora Moisés Machel,” entre
outras figuras inspiradoras que preferiram morrer por uma justa causa e apesar
de todas as barreiras e situações frustradoras por eles vivenciadas nunca
desistiram. Portanto, vale a pena lembrar do ditado que diz “desistir é sem
dúvidas atitude dos fracos”. Será que é fraco? Penso que não! Então, erga desde
já a cabeça e mude o destino da vida educando os solos da sua emoção. Lembre-se
que quanto mais intenso ou duradouro for a frustração mais danos se espera na
personalidade do indivíduo. Isto quer dizer que há necessidade de facto, de
haver uma intervenção rápida por parte dos indivíduos à sua volta, quer intervenção
dos pais, quer dos amigos, dos vizinhos até mesmo dos Psicólogos. Mas para que isto aconteça é preciso que o indivíduo se
abra perante os outros, ou seja, exponha a sua preocupação de modo que os
outros possam dar a sua contribuição. Caso não, o mesmo pode sofrer
consequências quer a nível emocional, quer a nível cognitivo, quer a nível pessoal
quer a nível social. Portanto, se a maturidade emocional do indivíduo não dispõe
de um desenvolvimento suficientemente adequado para enfrentar situações do
género, é imperioso que o mesmo recorra ao pessoal especificado para
acompanhamento: pais, amigos, vizinhos e em especial aos especialistas na área,
psicólogos.
*Licenciando em Psicologia Educacional
custodiosumbane@gmail.com
Maputo, 2014
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